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A Usina Serra Grande foi fundada em 1894 pelo Coronel Carlos Benigno Pereira de Lyra, que veio de Timbaúba (PE), um homem de extraordinária visão que trouxe contribuições para a produção e o fornecimento de energia elétrica para a cidade vizinha de São José da Laje; a pecuária nordestina, importando reprodutores da Índia; e a imprensa, comandando o prestigiado Diário de Pernambuco. Em sua administração, podemos destacar a implantação do transporte por ferrovia e o aproveitamento de quedas d’água para geração de energia.
Em 1924, assume a liderança da usina o engenheiro químico Salvador Pereira de Lyra, filho do coronel, responsável pela construção das bases de uma empresa até hoje competitiva: comercialização de álcool combustível; construção de represas interligadas por canais, para irrigação e geração de energia; inauguração da hidroelétrica de Maria Maior; desenvolvimento de técnicas agrícolas (adubo orgânico e novas variedades de cana); preservação das matas; desenvolvimento da moradia para o homem do campo.
Combustível USGA
No ano de 1961, com experiência em fábrica de tecidos, companhia de seguros e hotéis, o empreendedor e engenheiro Luiz Dias Lins assumiu o controle acionário da usina. Embora tenha evidenciado a enorme dificuldade enfrentada pelo cultivo e colheita da cana-de-açúcar em terras acidentadas, implantou uma fábrica de sacos e ampliou o parque industrial.
Em 1968, o neto de Dias Lins, o também engenheiro Luiz Antônio de Andrade Bezerra, aos 23 anos, inicia sua jornada na usina. Desde então, bons resultados vêm sendo obtidos em sua administração, com destaque para o avanço fabril impulsionado pela moenda de 78 polegadas, a produtividade agrícola, a irrigação e a diversificação do aproveitamento de energia. A preocupação com o equilíbrio ecológico e o respeito por sua história, para além da sua responsabilidade socioeconômica, conferem à Usina Serra Grande um reconhecimento por diversos setores da sociedade.
Da sua fundação até o ano 2000, a Usina Serra Grande dispunha de trens e malha ferroviária para o carregamento da cana-de-açúcar. Até 1960, toda entrada de cana própria era por ferrovia, sendo aproximadamente 70% em trens próprios e 30% pertencentes à Rede Ferroviária do Nordeste. A partir de então, começou a diminuir a ferrovia e aumentar a participação dos caminhões.
A ferrovia da usina começou com locomotivas à vapor que usavam lenha como combustível, evoluiu para combustível à base de petróleo (óleo BPF) e, em seguida, para locomotivas diesel elétrica.
Visando manter essa história viva, toda primeira sexta-feira do mês, às 16h, temos o desfile da Maria Fumaça com um comboio de vagões, oportunidade em que se abre o museu ao público.
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